Em fase final de preparação, a Seleção brasileira de futebol feminino está na Suíça em um torneio preparatório para as Olimpíadas de Londres. Na estreia da Copa da Suíça o Brasil enfrentou a Colômbia.
A seleção teve
bastante trabalho, mas conseguiu derrotar a Colômbia, neste sábado. As
comandadas do técnico Jorge Barcellos saíram na frente, sofreram o empate, mas
conseguiram a vitória por 2 a 1 diante das adversárias sul-americanas, que
também estarão na Olimpíada.
O Brasil começou a
partida melhor, mas criando poucas oportunidades. Na primeira boa jogada de
Marta, a meia rolou para Rosana, que bateu de direita no ângulo esquerdo da
goleira e fez 1 a 0. O placar seguiu inalterado por toda a primeira etapa, mas
logo na volta do segundo tempo a Colômbia empatou, com Velásquez. O gol da
vitória brasileira só saiu após cobrança de falta, em que Marta acertou a trave
e a veterana Formiga, que havia acabado de entrar, aproveitou o rebote.
Rosana |
O Brasil volta a campo pela Copa da Suíça na
próxima terça-feira para enfrentar o Canadá, que na primeira partida deste
sábado venceu a Nova Zelândia por 2 a 1. A seleção estreia em Londres no
próximo dia 25 contra o Camarões, em Cardiff. Na sequência, encara Nova
Zelândia e fecha a participação na primeira fase contra a Grã-Bretanha.
Na partida deste sábado, o técnico Jorge
Barcellos escalou a equipe com: Barbara, Fabiana, Aline Pellegrino, Renata
Costa, Bruna Benites e Maurine; Francielle, Ester e Rosana (Formiga); Thaisinha
e Marta.
Ataque dá show
Marta e Thaisinha mais uma
vez mostraram o gingado brasileiro e como são boas com a bola no pé. Contra a
Colômbia, nenhuma das duas marcou gol, mas deram um show que fez a torcida ir à
loucura.
Marta |
No primeiro tempo,
além de participar de várias jogadas pela esquerda com Maurine, Thaisinha foi
essencial no primeiro gol. A atacante recebeu a bola de Bruna Benites e como
estava muito marcada, teve que disputar no alto, a bola com a zagueira
colombiana. Mesmo sendo bem mais baixa que a adversária, a brasileira ganhou a
bola e tocou para Marta, que adiantou para Rosana e esta abriu o placar.
Já a camisa 10 da Seleção, apesar de ser a referência do Brasil na
frente no campo, voltou muitas vezes para colaborar na defesa. E foi
responsável por tirar a bola da atacante colombiana quando esta ia soltar uma
bomba da grande área.
Além disso, no segundo tempo, Marta cobrou a falta que originou o gol de
Formiga. A atacante do Brasil chutou a bola no travessão e a sobra foi de
Formiga, que fechou o placar a favor da Seleção, Brasil 2 a 1.
Esta é a primeira vez que Thaisinha disputará uma
Olimpíada. Para muitos, pode ser considerada uma jogadora sem experiência. Mas
não é bem assim. A mais nova do grupo, com 19 anos, começou na Seleção Feminina
Sub-17 aos 13.
Desde que iniciou
o trabalho na Seleção, Thaisinha já vestiu a camisa verde e amarela em dois
Mundiais e dois Campeonatos Sul-Americanos Sub-17. Em 2010, no Torneio
Internacional Cidade São Paulo, disputou seu primeiro jogo pela Seleção
Principal. Cristiane se machucou e Thaisinha estreiou.
Taisinha |
Desde então, a
jovem jogadora foi convocada para o Mundial da Alemanha e para os Jogos
Pan-Americanos em 2011. No início de 2012, conquistou seu primeiro
Sul-Americano Sub-20, de forma invicta.
Agora, Thaisinha
vive a ansiedade de conquistar a medalha de ouro olímpica inédita ao lado de
jogadoras experientes como Marta, Cristiane, Formiga e outras.
"Há quatro
anos, eu estava em casa assistindo e torcendo pela Seleção nas Olimpíadas de
Pequim. Não imaginava chegar aqui tão rápido e jogar ao lado de meninas tão
experientes" explica a atacante do Brasil.
Thaisinha já
mostrou a que veio. No primeiro jogo amistoso do Brasil, nesta quarta-feira,
Thaisinha abriu o placar. E, no segundo gol, deu assistência à Formiga para fechar
o placar. Brasil 2 a 0 em cima da SC Kriens, equipe vice-campeã da Suíça.
"Jogar ao
lado Marta, a melhor do mundo, é fácil. No primeiro gol, com o passe perfeito
que ela me deu, eu só tinha uma coisa a fazer: abrir o placar" diz
Taisinha.
Além de Marta,
Thaisinha conversa muito com a capitã Bagé e Aline Pellegrino. As duas
zagueiras sempre orientam e dão tranquilidade à atacante.
Experiência
e determinada a ganhar o ouro olímpico
A volante
Formiga, em quase todas as conquistas da Seleção Feminina ela esteve presente.
Disputou sua primeira Olimpíada em 1996, em Atlanta, quando tinha apenas 18
anos. Hoje, aos 34, tem a chance de representar o Brasil pela quinta vez em
Jogos Olímpicos. Esta é Formiga, a dona do meio-campo da Seleção.
Formiga |
Quando foi
convocada pela primeira vez, Formiga conta que foi muito bem recebida por suas
companheiras da época, principalmente pela então capitã Elaine. E é exatamente
isso que tenta fazer com as meninas que chegam à Seleção. Com seu bom
humor e sua simpatia, a meio-campo faz qualquer "novata" se sentir em
casa.
"As
jogadoras experientes de quando eu comecei me receberam muito bem e é isso que
eu procuro fazer com as que chegam. A Thaisinha, apesar de nova, já tinha
trabalhado na Seleção Principal. A única que chegou agora foi a Bruna, e eu
procuro sempre conversar com elas" diz a volante da seleção.
Já
com duas medalhas de prata na bagagem, em 2004, em Atenas, e 2008, em Pequim, a
jogadora irá buscar o ouro inédito.
"Às vezes eu
esqueço que já disputei quatro Olimpíadas, para mim é sempre a primeira. Tenho
a mesma vontade e emoção de quando estava na primeira. Não tem como você
escutar o hino brasileiro e não se emocionar, isso sempre acontece comigo"
explica Formiga.
Cada ano de
trabalho na Seleção é diferente, mudam algumas companheiras. Mas, segundo
Formiga, agora é hora da medalha de ouro.
Goleiras se preparam para salvar o
Brasil
Quando
começou a trabalhar com a Seleção Feminina, em dezembro de 2011, no Torneio
Internacional Cidade de São Paulo, no qual o Brasil foi campeão, o preparador
de goleiras, Célio Rossi, traçou um planejamento para as fases de treinamentos
que seriam realizados até Londres.
Andréia Suntaque |
Durante a
primeira etapa, no Torneio em São Paulo, Célio trabalhou posicionamento,
orientação às jogadoras de linha e reposição de bola com Andreia Suntaque e
Barbara.
"O Torneio
foi o meu primeiro trabalho com as goleiras e foi muito positivo, já que nos
últimos minutos da final contra a Dinamarca, Andreia fez uma defesa
sensacional, exatamente como vínhamos treinando" explica o treinador de
goleiras do Brasil.
Na segunda fase,
em janeiro, na Granja Comary, o objetivo foi o trabalho físico, técnico com
bola e força. Em fevereiro, também no Centro de Treinamento, Célio continuou os
treinamentos de força e adicionou trabalhos de velocidade.
A quarta etapa de
preparação foram os amistosos contra o Canadá, Estados Unidos e Japão. Apesar
dos resultados ruins, três derrotas, o preparador exalta as atuações das
goleiras. Andreia começou jogando contra o Canadá, mas se machucou no final do
primeiro tempo e foi substituída por Barbara. Já contra as americanas, Barbara
foi titular e no último amistoso, contra as japonesas, Andreia voltou ao campo.
Barbara |
"Mesmo com
os resultados negativos, as goleiras fizeram boas partidas" elogiou o
preparador.
Na penúltima
fase, que aconteceu de 4 a 29 de junho, na Granja Comary, Célio buscou
aprimorar as reposições de bola e cruzamentos. Além de cuidar da força e
velocidade das jogadoras.
Já na Suíça, onde
o Brasil terá um amistoso contra a vice-campeã do país, SC Kriens, e duas
partidas pela Copa da Suíça, contra Colômbia e Canadá, o trabalho das goleiras
será de manutenção de tudo o que já foi feito, com ênfase em cruzamentos e reposição
de bola.
"A Andreia é
uma goleira muito experiente, já vai para a sua quarta Olimpíada, e a Barbara
tem uma força excepcional. As duas estão muito bem preparadas para disputar as
Olimpíadas" diz Célio.
Célio trabalhou
durante 10 anos na equipe de base masculina do Cruzeiro. Neste período, treinou
alguns goleiros que serviram as seleções Sub-17, como o goleiro Charles
(campeão sul-americano 2011), e Sub-20, Rafael (vice-campeão mundial 2009),
Douglas Pires (disputou o Pan-Americano 2011), Gabriel (campeão mundial 2011) e
Igor (Torneio 8 Nações 2012 e Torneio Quadrangular 2012).
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