VIVA COM SAÚDE! FOCO, FORÇA E FELICIDADE!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pedagogia do Goleiro de Futsal: Análise dos tempos: cronometrado e corrido entre a...

Pedagogia do Goleiro de Futsal: Análise dos tempos: cronometrado e corrido entre a...: Com as freqüentes modificações realizadas no futsal, seja em termos técnicos, táticos ou em suas regras, tornam o futsal mais atraente e com...

Associação Cultural Esportiva Kurdana - Cotia (SP): Arbitral 2012 define futsal feminino paulista; Pri...

Associação Cultural Esportiva Kurdana - Cotia (SP): Arbitral 2012 define futsal feminino paulista; Pri...: De volta ao que deu certo. O futsal feminino paulista terá campeonato único em 2012, nas categorias Principal e Sub 20. Nesta sexta-feira (...

Associação Cultural Esportiva Kurdana - Cotia (SP): Goleira Márcia, da Kurdana/Cotia, lança blog

Associação Cultural Esportiva Kurdana - Cotia (SP): Goleira Márcia, da Kurdana/Cotia, lança blog: Além de feras na quadra e no campo, as atletas do futsal e futebol feminino da Kurdana/Cotia possuem muitos outros talentos. É o caso, por ...

domingo, 29 de janeiro de 2012

Quem disse que o futebol feminino só existe agora?

Golden Girls- Um dos pioneiros do Futebol Feminino

Muitos sabem que mulheres jogarem futebol virou uma febre, mesmo entre trancos e barrancos na organização de melhorias para a modalidade. Essa é a nossa realidade, infelizmente. Mas poucos sabem da história das mulheres que correm atrás da famosa "pelota" para atingir o tão desejado objetivo - o gol.

De acordo com relatos, Inglaterra e Escócia foram os personagens da primeira partida de futebol voltado para mulheres no ano de 1898, em Londres.

A verdade é que a mulher tem sido importante para o desenvolvimento e evolução do futebol até hoje. Outros relatos que indicam que no século XII, as mulheres desempenham jogos de bola, principalmente na França e na Escócia.

Em 1863, foram definidas regras para evitar que o jogo fosse violento, fazendo com que o esporte se tornasse socialmente aceitável para as mulheres. Em 1892, na cidade de Glasgow, Escócia, houve o primeiro jogo de futebol entre as mulheres.

Era realizada uma competição anual, em Lothian, Escócia durante a década de 1790.

O documento mais conhecido sobre os inícios do futebol feminino é de 1894 quando Nettie Honeyball - uma ativista dos direitos da mulher - fundou o primeiro clube desportivo britânico chamado o Ladies Football Club.

Nettie Honeyball

Honeyball, convicta de sua causa declarou que pretendia demonstrar que as mulheres poderiam alcançar a liberdade e ter um lugar importante na sociedade.

O futebol feminino foi considerado pela maioria como indecorosa. Questões políticas associadas com mais vastos, incluindo o sufrágio feminino - direito ao voto - foi derrotado pelo Conselho FA - Associação de Futebol. Portanto as mulheres eram proibidas de votar no conselho.Lady Florence Dixie desempenhou um papel fundamental na criação do jogo, organizando jogos de exposição para caridade, e em 1895 ela se tornou presidente da British Ladies' Football Club, estipulando que "as jovens devem entrar no espírito do jogo com o coração e a alma." Ela providenciou uma turnê para a Escócia da equipe de futebol de Londres .

A Primeira Guerra Mundial foram à chave para a superlotação de futebol feminino na Inglaterra. Porque muitos homens foram para o campo de batalha e a mulher foi introduzida na força trabalhadora. Muitas fábricas tiveram suas próprias equipes de futebol que até então eram privilégio de homens.


Ladies Football Club

A mais bem sucedida equipe da época foi o Dick, Kerr's Ladies of Preston, Inglaterra. Fundada em 1917, a equipe foi bem sucedida, atingindo resultados como os de um jogo contra uma equipe escocesa que levou um "chocolate" de 22-0.Lilian "Lily" Parr (26 de abril de 1905 - 24 de Maio de 1978) foi uma Inglêsa que jogou . Ela é mais conhecida por jogar para o Dick. Em 2002 ela foi à única mulher a ser feita uma inductee inaugural para o hall da fama do futebol Inglês no National Football Museum.

Lilian "Lily" Parr

No entanto, no final da guerra, a FA não reconheceu o futebol feminino, apesar do sucesso e popularidade. Isto levou à formação da English Ladies Football Association (Associação de Futebol das Senhoras Inglês) cujo início foi difícil devido ao boicote da FA que levou mesmo a mulheres a jogarem em estádios de Rugby.

Após a Copa do Mundo 1966, o interesse dos amadores cresceu de tal forma que a FA decidiu voltar atrás e em 1969 criou o ramo feminino da FA. Em 1971, a UEFA instruiu seus respectivos parceiros a gerir e promover o futebol feminino e na Europa ele foi consolidado nos anos seguintes. Assim, países como a Itália, E.U.A. e o Japão têm ligas profissionais cuja popularidade é orgulhosamente aceitável em relação ao futebol masculino.

Futebol feminino no Brasil

No Brasil, a primeira partida de futebol feminino foi realizada em 1921, em São Paulo, onde se enfrentaram os times das senhoritas de Santa Catarina e de Tramenbé - catarinenses e tremembeenses. A partida foi anunciada no jornal A Gazeta como atração curiosa das festividades de São João. Pouco tempo depois o futebol feminino chegou a ser exibido em circos, como atrações de curiosidades.

O Araguari Atlético Clube - de Minas Gerais - é considerado o primeiro clube do Brasil a formar um time feminino no Brasil. Em 1958, selecionou 22 meninas para um jogo beneficente em dezembro deste mesmo ano.


Primeiro time de Futebol Feminino do Brasil- Araguari Atletico Clube

O sucesso desta partida foi grande que a revista "O Cruzeiro" fez matéria de capa sobre o acontecimento, pois até então, partidas femininas só ocorriam em circos ou jogos de futsal.

Com esta divulgação, houve, nos meses seguintes, vários jogos do time feminino do Araguari em cidades de Minas Gerais, inclusive na capital Belo Horizonte- MG, Goiânia- GO e Salvador- BA. Em meados de 1959 a equipe feminina do Araguari foi desfeita, por pressão dos religiosos de Minas Gerais.

Mas o que hoje é tão normal para nós levou muito tempo para ser conquistado.

Em 1964, o Conselho Nacional de Desportos - CND proibiu a prática do futebol feminino no Brasil. Levou tempo para mudar essa situação.

O Conselho Nacional de Desportos, em 1964 delibera que as entidades desportivas devem seguir a seguinte norma em relação a prática esportiva das mulheres: “Não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo, halterofilismo e beisebol”.

Naquela época as mulheres já gostavam de futebol e queriam montar equipes como os homens, mas eram proibidas porque diziam que as mulheres não podiam levar uma bolada na região abdominal, pois isso poderia levar a mulher não engravidar.

A decisão só foi revogada em 1981. E em 1996 o futebol feminino foi incluído como categoria nas Olimpíadas. O Brasil ficou com o quarto lugar, a mesma colocação que obteve nas Olimpíadas de Sydney, em 2000.

Em 2003, sob o comando do técnico Paulo Gonçalves, as meninas conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos e também o tetracampeonato sul-americano.

A seleção brasileira conquistou a medalha de ouro do torneio de futebol feminino dos XV Jogos Pan-Americanos Rio-2007.

O crescimento tem sido constante. Hoje as mulheres representam cerca de 10% dos futebolistas no mundo, totalizando 26 milhões. No Brasil, já são 80.000 mulheres em dados não atualizados.

Equipes pioneiras no Brasil

A tão conhecida equipe do Radar nasceu em 1982 e neste ano conquistou o título da Women´s Cup of Spain, derrotando Seleções como: Portugal, França e Espanha. Em 1983 o Radar foi Campeão Carioca e da Taça Brasil. O Radar passou a representar o país em competições Internacionais e de 71 jogos, a equipe carioca venceu 66, empatou 3 e perdeu apenas 2.

O Saad equipe também pioneiro no futebol feminino surgiu em 1984 e naquela época essa modalidade era fruto de abnegação e do idealismo de algumas mulheres que queriam lutar contra os preconceitos.

Equipe do SAAD

Elas achavam que o futebol poderia ser viável e jogavam sem ganhar nada. Às vezes pagavam a própria passagem e faziam rifas para a equipe poder jogar nos fins de semana, realidade que persiste nas vidas de muitas mulheres.

O vice-presidente do Saad nesta época era o conhecido Romeu de Castro, homem que esta até hoje ajudando esta modalidade e durante muito tempo foi o grande nome do Futebol Feminino.

A CBF convocou “oficialmente” pela primeira vez a Seleção Feminina em 1988.


Primeira Seleção Brasieleira de Futebol Feminino- 1988

A modalidade se resumia a poucos times do Rio de Janeiro, liderados pelo Radar, que de 18 jogadoras convocadas, cedeu 16 jogadoras para os primeiros jogos da Seleção.

As jogadoras Iara, Liça, Simone, Russa, Suzana, Mariza, Elane, Fia, Sissi, Roseli, Pretinha, Pelezinha, Fanta, Marcinha, Cebola, Solange, Michael Jackson, Flordelis, Suzy, Sandra, Lúcia, Nalvinha, Leda Maria, Formiga, Meg, Nenê, Tânia, Márcia Taffarel, Kátia entre tantas outras, foram pioneiras no futebol feminino brasileiro. Algumas ainda atuam e muitas dessas mulheres não jogam mais. Umas ainda, serviram a seleção brasileira recentemente, é o caso de Formiga, Tânia Maranhão e Michael Jackson.

Hoje é possível afirmar que as dificuldades daquela época foram parcialmente vencidas. Isto considerando que a sociedade ainda (mesmo que a ideia esteja começando a mudar) discrimina a mulher que mostra um interesse na prática. Isso acontece por uma questão cultural, a menina quando nasce ganha boneca, e o menino quando nasce ganha bola.

Mas isso está a mudar com a luta incansável da mulher para ocupar seu devido lugar na sociedade e no esporte.

Vejam uma matéria sobre o Araguari FC no Esporte Espetacular (Rede Globo):

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Brasileiras no esporte pelo mundo: Catiele " Defensora do Cordoba da Espanha"

Catiele Rodrigues Meinen, 27 anos, nasceu na cidade de Canoas- RS. A gaúcha coleciona uma carreira vitoriosa no Brasil e hoje começa a colecionar títulos pelo Córdoba da Espanha.

Em uma entrevista ao nosso blog Catiele conta tudo sobre o futsal espanhol, futsal Brasileiro e muito mais.

Marcia Gomes: Como foi seu início no futsal?

Catiele: “Comecei jogando futebol na rua com os meninos e na escola. Sempre com incentivo dos meus familiares. Sofri uma lesão no joelho que me impedia de correr e para não parar de praticar o esporte fui para o gol. No começo era só brincadeira, mas logo fui gostando e me saindo muito bem”.

Sentiu-se tão a vontade que as oportunidades foram surgindo. Foi jogar no Chimarrão-RS e daí em diante sua carreira deslanchou. Com a equipe gaúcha, ela conquistou três Taças Brasil Adultas, uma Liga Futsal Feminina e quatro Estaduais Gaúchos. 

A competente goleira já teve passagem por equipes nacionalmente tradicionais como: Nacional Gás-CE (foi campeã cearense), Associação Sabesp/Corinthians-SP, Jaguaré/Palmeiras-SP. Todos os clubes por onde passei contribuíram para meu crescimento, mas quem me projetou foi a equipe do Chimarrão, e que me abriu as portas para grandes equipes.

Catiele em sua apresentação oficial no clube espanhol.


A guarda redes brasileira defende o Córdoba da Espanha desde o meio da temporada de 2009/2010. Já são três temporadas defendendo as cores do time espanhol. A goleira brasileira adaptou-se perfeitamente a equipe, assim como á cidade, tendo mostrado o seu desejo em continuar vinculada á formação do Córdoba. Ela conta com a ajuda de mais uma brasileira que já é notícia em nosso blog: Dany “A Fera”.

Marcia Gomes: Em 2008, se transferiu para o São Bernardo/Sabesp/Corinthians, com o qual conquistou o Paulista do Interior. No entanto, a temporada não foi boa por causa de duas lesões: uma no tornozelo e outra no nariz. Como foi lidar com elas e continuar jogando?

Catiele: “As lesões fazem parte da vida de qualquer atleta e você tem que ter muita paciência e persistência para continuar”.



Catiele faz pose para foto ao lado de Falcão

Marcia Gomes: Em 2007 Catiele serviu a seleção brasileira foi campeã do Campeonato Sul-Americano, disputado em Guayaquil, no Equador. Você pode nos contar sobre a sua reação quando foi convocada pela primeira vez para a seleção Brasileira? Qual a sua expectativa quanto a um futuro retorno a seleção?

Catiele: “Foi um momento único. Fiquei muito feliz, pois sabia que merecia isso já havia algum tempo. Em relação a voltar à seleção, e um tanto difícil. Nossa seleção tem muitas goleiras boas, ainda que eu esteja em um momento bom da minha carreira, vejo isso um pouco distante”.

Equipe do Cordoba


Marcia Gomes: Em relação à estrutura e organização, o que pode dizer em uma comparação entre Brasil e Espanha?

Catiele: "Em nível de estrutura e organização a Espanha é melhor".

Marcia Gomes: Como está a sua vida na Espanha, e qual é a sensação de ser campeã da Liga Espanhola?



Catiele pratica uma ponte linda em jogo da Liga Espanhola


Catiele: "Treinando muito para seguir na primeira posição na tabela. Sinto-me muito privilegiada por ser a primeira brasileira campeã da liga espanhola. Me tratam muito bem aqui, meu trabalho é reconhecido por minhas companheiras e comissão técnica. Gosto muito de jogar aqui, o único problema e a saudade da família e amigos".

Marcia Gomes: Você como uma experiente atleta do mundo da bola, recomenda às meninas de hoje praticar o futebol/futsal? Qual o seu conselho para as meninas que estão a começar a pratica destes esportes?

Catiele: “A prática de qualquer tipo de esporte faz bem. O futsal feminino ainda sofre muito preconceito, existem poucas jogadoras que vivem do esporte. O meu conselho é: Aproveitem todas as oportunidades que esse esporte possa te oferecer”.

O blog da Marcia Gomes agradece a atenção e disponibilidade da vitoriosa e competente goleira Catiele e deseja muita sorte e sucesso na sua caminhada.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Japão ultrapassa Brasil no ranking da FIFA e Sawa atropela Marta.

O Atual campeão mundial, entrou pela primeira vez no grupo dos três melhores do ranking da Fifa de futebol feminino, após a atualização trimestral realizada pela entidade. Para chegar à terceira posição, a seleção japonesa ultrapassou justamente o Brasil, que caiu agora para o quarto lugar na lista - é a pior colocação brasileira desde junho de 2008.

A seleção dos Estados Unidos permanece no topo da tabela, mas estão sob pressão por parte da Alemanha - segunda colocada - que estão a apenas cinco pontos atrás das tricampeãs mundiais. As Japonesaspodem comemorar. Com a conquista do inédito título mundial, passaram o Brasil e ocupam a terceira posição do ranking da FIFA em 2011.


Veja classificação dos 30 primeiros colocados do Ranking



As 30 melhores seleções do mundo 


Enquanto o Nadeshiko - como é chamado o selecionado japonês em seu país - vem em ascensão no ranking, após a conquista do inédito título mundial em julho, o Brasil perdeu 28 pontos desde a última atualização em setembro. Nesse período, a seleção brasileira não conseguiu confirmar o favoritismo no Pan de Guadalajara, quando ficou com a medalha de prata, e ainda perdeu um jogo para a Dinamarca no Torneio Internacional Cidade de São Paulo, deixando escapar o terceiro lugar pela primeira vez desde 2008.

Agora, o Japão aparece com 2.106 pontos, com 13 de vantagem sobre o Brasil. Enquanto isso, as duas primeiras posições do ranking da Fifa permanecem inalteradas por mais um trimestre. Vice-campeão mundial, os Estados Unidos continuam na liderança da lista, mas sofrem pressão da segunda colocada Alemanha, já que a diferença entre eles é de apenas cinco pontos (2.148 a 2.143).

Além da troca entre Brasil e Japão, aconteceram outras mudanças no grupo dos 10 melhores do ranking. A França subiu uma posição e está agora em sexto lugar, enquanto o Canadá (algoz do Brasil na final do Pan de Guadalajara) saltou da nona para a sétima colocação. Com isso, francesas e canadenses ultrapassaram Inglaterra e Coreia do Norte na lista organizada pela Fifa.

A Espanha também viu uma melhora na sua classificação graças ao seu forte desempenho nas eliminatórias EURO, subindo para 17 º lugar em detrimento da China, que continuou a cair em dezembro. Além de Espanha, várias outras equipes atingiram suas melhores posições no Ranking, ou seja, México, Escócia, Colômbia, Bielorrússia, País de Gales, Papua Nova Guiné, Irlanda do Norte e Camarões. O atual ranking inclui 135 países, 15 a menos que em 2007, quando houve um recorde com 150 equipes.

A próxima atualização do ranking de futebol feminino da Fifa está prevista para acontecer apenas no dia 16 de março de 2012.


E uma brasileira cede a coroa de rainha dos gramados a uma japonesa


Depois de um reinado de cinco anos, Marta não ostenta mais a coroa de melhor jogadora do mundo. Pela primeira vez, a “rainha do futebol” é uma japonesa. E méritos não faltam para Homare Sawa. A meio-campista de 33 anos levou sua seleção a um inédito e surpreendente título de Copa do Mundo, além de ter sido a artilheira e melhor jogadora da competição. Em seguida, ela ainda ajudou o Japão a vencer o Pré-Olímpico, garantindo a vaga em Londres 2012.


 Sawa divide o telão com o melhor do mundo Messi em premiação da FIFA.

No dia ultimo dia 9 de janeiro, a japonesa Homare Sawa sagrou-se a melhor jogadora do mundo pela primeira vez após ganhar prêmio Bola de Ouro da Fifa. A jogadora ajudou a seleção japonesa a conquistar o Mundial feminino disputado no ano passado na Alemanha, quando a equipe oriental venceu os EUA, da concorrente Abby Wambach, nos pênaltis, na final da competição.

Durante a competição, Sawa mostrou sua capacidade e terminou como artilheira com cinco gols, superando a também concorrente no prêmio Marta, que ocupou o posto até o último jogo do torneio. A capitã da seleção japonesa foi ainda considerada a melhor jogadora da Copa do Mundo 2011 e após garantir o título deu entrevista dizendo que nem parecia realidade.

A jogadora tem 32 anos e essa foi a quinta Copa que ela disputou, completando 18 anos com a camisa do Japão.

Além do prêmio de Sawa, Norio Sasaki, técnico das japonesas, levou o título de melhor treinador do futebol feminino e a Federação Japonesa de Futebol recebeu o prêmio de Fair Play.


Sawa posa para foto ao lado de Marta e Abby Wanbach na premiação da FIFA

Com 32 anos, 18 deles dedicados à seleção japonesa, a meio-campista Homare Sawa foi um dos grandes destaques da Copa do Mundo de futebol feminino. Merecidamente homenageada – a jogadora levou a Chuteira de Ouro pela artilharia e a Bola de Ouro por ser considerada a melhor atleta da competição. A camisa 10 do Japão contou após a conquista do título, ao site oficial da Fifa, que estava se sentindo em um sonho.

Na Nadeshiko League, a liga feminina do Japão, o NTV Beleza, que tinha sido campeão cinco vezes nos últimos seis anos (todos com Sawa no elenco), deve ter se arrependido de não ter oferecido um contrato profissional para a jogadora que é recordista em partidas (176) e gols (80) pela seleção. Assim, ela trocou o time de Tóquio pelo INAC Kobe Leonessa, equipe que nunca tinha vencido a liga mas montou um verdadeiro dream team, com nada menos que sete campeãs do mundo: além de Sawa, a goleira Kaihori, a lateral Kinga, a volante Asuna Tanaka e as atacantes Ohno, Takase e Kawasumi. E ainda tinha a meia Ji So-Yun, jovem estrela da seleção sul-coreana.


Homare Sawa disputa bola com Mana Iwabuchi  contra sua ex- equipe o Beleza NTV



Com esse timaço, o Kobe atropelou seus adversários e foi campeão invicto, com 13 vitórias e três empates em 16 jogos, com 49 gols a favor e apenas oito contra – Sawa marcou quatro gols na vitoriosa campanha. Para fechar a temporada com todos os títulos possíveis, veio também a conquista da copa nacional, que é uma espécie de versão feminina da Copa do Imperador – com a final disputada no dia 1º de janeiro no Estádio Nacional de Tóquio e tudo o mais.

Apesar da artilharia na Copa do Mundo, Sawa tem jogado como segunda volante. É ela quem distribui a bola, inicia as jogadas de ataque e eventualmente aparece para finalizar, ao mesmo tempo em que chama a atenção por sua incrível dedicação também à marcação. Incansável dentro de campo e tímida e modesta fora dele, ela é o símbolo da superação e das conquistas do futebol feminino nipônico em 2011. Nada mais justo que o prêmio de melhor do mundo para coroar o ano perfeito de Homare Sawa.

Japão: O campeão do mundo no futebol e da superação de uma tragédia

Breve histórico


A Copa do Mundo de Futebol Feminino é a competição mais importante no futebol feminino internacional. Organizado pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), o órgão controlador do esporte, o torneio da Copa do Mundo foi realizado pela primeira vez em 1991. O torneio reúne 16 seleções femininas a cada quatro anos, para competir pelo campeonato mundial feminino desse esporte.

 
No Japão, a Associação de Futebol do Japão é a entidade máxima do futebol no Japão. Fundada em 1921, é filiada a Federação Internacional de Futebol (FIFA) desde 1929 e a Confederação Asiática de Futebol (AFC) desde 1954. É responsável pela organização de campeonatos de alcance nacional, como o Campeonato Japonês de futebol (J. League). Também administra a Seleção Japonesa de Futebol e a Seleção Japonesa de Futebol Feminino.

 
A organização foi fundada em 10 de setembro de 1921 com o nome de Associação de Futebol do Grande Japão (大日本蹴球協会, Dai-Nippon Shūkyū Kyōkai). Em 1945, mudou o nome para Associação de Futebol do Japão (日本蹴球協会, Nihon Shūkyū Kyōkai).

 
Japonesas comemoram o inédito título do mundial de 2011 na Alemanha.

Da tragédia para a glória

Na condição de azarão desde a primeira fase, o Japão conquistou a Copa do Mundo de futebol feminino na tarde deste domingo, em mais uma das zebras que protagonizou no decorrer do torneio. No Estádio de Frankfurt, as asiáticas venceram o time dos Estados Unidos, bicampeão mundial, após estarem atrás duas vezes no placar. Com o fim da prorrogação em 2 a 2, o país oriental fez história com uma vitória de 3 a 1 nos pênaltis.

 
A equipe da melhor jogadora do mundo em 2011 Homare Sawa conquistou a Copa do Mundo de futebol feminino após um desastre que colocou em risco sua participação na competição.
 
 
"As equipes japonesas normalmente treinam de noite, com luz artificial, mas houve vários cortes de energia no leste do país e muitas das atletas não puderam treinar", afirmou Sasaki, que, por outro lado, acredita que o fato aumentou a motivação das jogadoras, que querem fazer bonito nesta Copa do Mundo e vencer o torneio depois de superar "todo tipo de problema".
 
 
O técnico do time japonês, Norio Sasaki, explicou ao longo do torneio que foi difícil chegar a boas condições para disputar a Copa e que o terremoto e o tsunami causaram prejuízos óbvios na preparação da equipe. "Em um primeiro momento pensamos que não poderíamos vir jogar na Alemanha. Houve reuniões sobre esse assunto, para ver o que faríamos, porque ocorreram vários problemas", disse o treinador durante a primeira fase, na qual o Japão terminou em segundo lugar do grupo B, superado apenas pela Inglaterra.
 
Steffi Jones só conseguiu viajar para Tóquio na última viagem poucas semanas antes do evento, quando agradeceu ao futebol japonês pelos esforços para participar do Mundial. "Estamos muito satisfeitos em poder vir finalmente ao Japão e mostrar com gestos concretos nosso apoio incondicional a toda a família futebolística deste país apenas três meses depois da terrível catástrofe", afirmou durante a visita.
 
 
Nada poderia trazer de volta os 25 mil mortos e desaparecidos das ondas de maré envolvente que varreu seis milhas para o interior, e pouco poderia diminuir a crescente tensão causada pela precipitação potencial nuclear do país.
 
Mas depois de quatro meses que passou se recuperando da destruição, uma corrida mágica pela equipe do Japão na Copa do Mundo para as mulheres, lança luz sobre o país.
 
Sasaki revela que ele disse as jogadoras: "O nosso jogo pode dar poder aos sobreviventes destes desastres.”.
 
 
Uma das jogadoras japonesas disse que chorou antes do jogo, quando o técnico Norio Sasaki mostrou um filme das vítimas da tragédia. "Eu não poderia deixar de lembrar. Tudo o que podemos fazer é jogar o nosso melhor futebol para o povo que está assistindo TV." recorda uma atleta japonesa.
Homare Sawa atuando pela sua equipe no nacional.

Além da inédita conquista sobre a equipe dos Estados Unidos - tricampeão da competição e franca favorita ao título na final - o atual campeão mundial, entrou pela primeira vez no grupo dos três melhores do ranking da FIFA de futebol feminino, após a atualização trimestral realizada pela entidade. Para chegar à terceira posição, a seleção japonesa ultrapassou justamente o Brasil, que caiu agora para o quarto lugar na lista - é a pior colocação brasileira desde junho de 2008.


A equipe feminina de futebol é conhecida no Japão como "Nadeshiko" - uma referência a um cravo rosa, mas também uma frase nostálgica que significava, na Segunda Guerra Mundial, mulher leal e resistente.


Equipes sobreviventes no Japão


A Tokyo Electric Power Co. e J. League juntamente com a equipe do Vegalta Sendai, chegaram a um acordo básico que permite ao Sendai se transformar em clube de futebol para formar a sua equipe feminina, aceitando jogadoras de TEPCO Mareeze, a Liga anunciou Nadeshiko 13 de outubro.


O Fukushima TEPCO Mareeze é uma empresa nuclear, que suspendeu suas operações desde o terremoto de 11 março devido ao desastre do tsunami, decidiu entregar a equipe, que tinha sido uma das principais equipes da primeira divisão da Liga Nadeshiko, para outro clube, em setembro.


A nova equipe feminina será formada para disputar a segunda divisão do campeonato japonês e lutará para ser promovida a divisão especial.


O campeonato japonês conta com a presença de 15 equipes divididas em 2 divisões, a primeira com nove equipes e a segunda com 6 equipes. O campeão da primeira divisão é o INAC Leonessa que conta com a estrela maior do futebol mundial no momento - Homare Sawa.

 
Equipe da INAC Leonessa
 

O japão conquistou o mundo graças a uma equipe que, diante de tantas dificuldades e usando de sua intocável disciplina, superou uma tragédia e lançou um pouco de alegria em seu país. O Brasil pode ter seus talentos individuais, mas enquanto não aprendermos a sermos organizados em relação ao futebol feminino, o título mundial fica mais distante da nossa "Patria amada, Brasil".

domingo, 22 de janeiro de 2012

Futebol Feminino pelo mundo: Campeonato Alemão.

O futebol feminino alemão é considerado a elite da modalidade em termos de estrutura e organização. A história de sucesso do futebol feminino alemão impressiona. Ainda mais quando se leva em conta que o início de sua história na Alemanha não foi exatamente um mar de rosas. Até pouco mais de 30 anos, o futebol feminino era proibido oficialmente no país.


Brigt Prins levanta a taça de Campeã do Mundo em 2007.

Ainda que os primeiros times locais de mulheres tenham sido organizados nos anos 1930, a modalidade foi vetada em 1955 pela Federação Alemã de Futebol, e as atletas tinham que se organizar em clubes e entidades não reconhecidos.

Os dirigentes argumentavam que a disputa pela bola faria as mulheres "perderem a graça feminina'' e alegavam que o esporte poderia provocar danos físicos e psíquicos à mulher. O veto só foi suspenso em 1970. Mesmo assim, chuteiras com travas eram proibidas para as garotas, e a bola era mais leve e menor do que a dos homens.

Além disso, inicialmente a entidade determinou que o tempo de jogo para as mulheres era de 70 minutos.  Talvez sirva de consolo às alemãs saber que no Brasil o futebol feminino só seria permitido pelo órgão esportivo competente apenas em 1980, ou seja, dez anos mais tarde.
Hoje a Alemanha conta com um campeonato composta por times da liga alemã, onde se encontra no topo no topo da pirâmide do futebol Alemão, e é competição primária de futebol do país.

Em 1990, a Federação Alemã de Futebol criou esta liga baseada na versão masculina da Bundesliga. No inicio, havia uma divisão para o norte e outra para o sul da alemanha, mas a partir de 1997, criaram uma unica liga.

A temporada começa em Agosto ou Setembro, com a primeira rodada acabando em Dezembro. A segunda rodada começa em Fevereiro e dura até Maio ou Junho, as vezes começam alguns jogos já em dezembro. Quando há Copa do Mundo suspendem os jogos até o final desta.

O campeonato organizado pela UEFA - consiste em 12 equipes e a temporada começa no verão europeu até a primavera, havendo uma pausa no inverno. Com 21 edições realizadas, o campeonato teve como sua primeira campeã a equipe da Sportfreunde Siegen e como a última campeã a equipes do Turbine Potsdam, que é uma das oito finalista da Womens Champions League, juntamente com outra campeonissima equipe alemã, o
FFC Frankfurt.

 
Acompanhe a Tabela de classificação da temporada 2011/2012:



Clube
J
SG
PG
1
FFC TurbinePotsdam
11
32
30
2
FCR 2001 Duisburg
11
19
26
3
FFC Frankfurt
12
24
25
4
VfL Wolfsburg
11
17
25
5
SC Freiburg
12
-2
18
6
SG Essen-Schönebeck
12
-2
17
7
SC 07 Bad Neuenahr
12
2
15
8
FC Bayern München
11
-13
10
9
FF USV Jena
11
-16
9
10
FC Lok Leipzig
11
-23
9
11
Hamburger SV
11
-9
8
12
Bayer 04 Leverkusen
12
-29
3
 

Ao termino da temporada, os 11º e 12º colocados são rebaixados e trocados pelos 2 vencedores da 2ª divisão do Campeonato Alemão. Ao todo, são 2 rodadas, totalizando 22 jogos combinados, sendo que em cada rodada cada clube jogam entre si, uma vez em casa e outra fora.


Equipe do FFC Turbine Potsdam líder do campeonato alemão 2011/2012 

A temporada começa em Agosto ou Setembro, com a primeira rodada acabando em Dezembro. A segunda rodada começa em Fevereiro e dura até Maio ou Junho, as vezes começam alguns jogos já em dezembro. Quando há Copa do Mundo suspendem os jogos até o final desta.



Equipe do FCR 2001 Duisburg em segundo na tabela do campeonato alemão 2011/2012 


O 1º colocado após os 22 jogos é considerado o Campeão alemão (Deutsche Meister). os dois primeiros colocados da competição são classificados para a Liga dos Campeões da UEFA de Futebol Feminino. Se um time alemão ganha a Liga dos Campeões da UEFA de futebol Feminino, ele é automaticamente classificado pra proxima, logo, na proxima edição do Campeonato Alemão irão 3 equipes como aconteceu em 2009-2010.


Equipe do FFC Frankfurt em terceiro na tabela do campeonato alemão 2011/2012.

Desde pequenas as alemãs preferem o futebol.
  
Na Alemanha, o futebol é atualmente o esporte em equipe preferido entre as garotas. Elas podem praticar tanto em clubes tradicionais, como em agremiações especializadas em futebol feminino. Prova disso é que cerca de 30% das quase um milhão de jogadoras registradas no país têm menos que 16 anos. Há também escolas onde o futebol feminino é oferecido como atividade esportiva.

A federação alemã investe nas crianças, através de iniciativas como o projeto "20 mil a mais – educadores para o futebol", que promove cursos de especialização para professores do ensino fundamental, tendo capacitado nos últimos dois anos mais de 14 mil profissionais.
Além disso, a entidade também vem reforçando o apoio à cooperação entre escolas e clubes de futebol. Somente nos colégios de Berlim, já existem cerca de 300 times de futebol feminino. Em relação às agremiações especializadas, só a capital alemã tem mais de 60 clubes que treinam quase 90 times de meninas.

Além de ter uma primeira liga, o futebol feminino alemão também possui uma segunda divisão, criada em 2004, e pelo menos mais cinco classes, representadas pelas ligas inferiores, em torneios organizados, respectivamente, de acordo com regiões, estados e distritos. Como se não bastasse, é grande o número de campeonatos regulares em categorias de base, com disputas entre equipes de crianças e adolescentes, dos 11 aos 17 anos.

Os resultados desse incentivo não demoram a aparecer. A seleção feminina alemã sub-19 é a que tem o maior número de títulos na Europa, tendo arrematado seis vezes o campeonato europeu e uma vez o título mundial. Depois de a Fifa ter elevado a faixa etária da categoria para 20 anos, a equipe sub-20 conquistou também o último Mundial, no ano passado.

Condições bastante diferentes foram a encontradas no Brasil pela presidente do comitê organizador da Copa na Alemanha, Steffi Jones. Em viagem ao país em março de 2011 para promover a Copa do Mundo de 2011, a ex-jogadora da seleção feminina alemã não poupou críticas à falta de incentivo à modalidade entre os brasileiros. "Acho que a situação aqui ainda é bastante desoladora e ainda há muita coisa por fazer", opinou, depois de visitar o Vasco da Gama, no Rio, um dos clubes locais que investem em futebol feminino.

 Steffi Jones, Roberto Dinamite e jogadoras do Vasco da Gama.

"Meninas e mulheres jogam aqui em todo lugar, na rua ou na praia. E são boas jogadoras. Só não consigo entender como as pessoas podem pensar tanto nos homens, sem dar a menor chance às mulheres", reclamou Jones, citada por uma rádio alemã.
Se no Brasil o número de garotas futebolistas é avaliado em torno de 3 mil, na Alemanha, mais de um milhão de meninas e mulheres praticam o esporte regularmente. "Enquanto os homens são cada vez menos, o número de adeptas entre as mulheres continua aumentando. Espero que essa tendência continue por bastante tempo", comemora Theo Zwanziger, presidente da Federação Alemã de Futebol.

Theo Zwanziger, presidente da Federação Alemã de Futebol.

Não podemos descrever melhor a nossa realidade aqui no Brasil. Como sempre atrasados e jogando fora o talento das mulheres brasileiras.

Mais informações sobre o Campeonato Alemão de Futebol Femino e a Womens Champions League acesse o site: www.uefa.com