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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Japão: O campeão do mundo no futebol e da superação de uma tragédia

Breve histórico


A Copa do Mundo de Futebol Feminino é a competição mais importante no futebol feminino internacional. Organizado pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), o órgão controlador do esporte, o torneio da Copa do Mundo foi realizado pela primeira vez em 1991. O torneio reúne 16 seleções femininas a cada quatro anos, para competir pelo campeonato mundial feminino desse esporte.

 
No Japão, a Associação de Futebol do Japão é a entidade máxima do futebol no Japão. Fundada em 1921, é filiada a Federação Internacional de Futebol (FIFA) desde 1929 e a Confederação Asiática de Futebol (AFC) desde 1954. É responsável pela organização de campeonatos de alcance nacional, como o Campeonato Japonês de futebol (J. League). Também administra a Seleção Japonesa de Futebol e a Seleção Japonesa de Futebol Feminino.

 
A organização foi fundada em 10 de setembro de 1921 com o nome de Associação de Futebol do Grande Japão (大日本蹴球協会, Dai-Nippon Shūkyū Kyōkai). Em 1945, mudou o nome para Associação de Futebol do Japão (日本蹴球協会, Nihon Shūkyū Kyōkai).

 
Japonesas comemoram o inédito título do mundial de 2011 na Alemanha.

Da tragédia para a glória

Na condição de azarão desde a primeira fase, o Japão conquistou a Copa do Mundo de futebol feminino na tarde deste domingo, em mais uma das zebras que protagonizou no decorrer do torneio. No Estádio de Frankfurt, as asiáticas venceram o time dos Estados Unidos, bicampeão mundial, após estarem atrás duas vezes no placar. Com o fim da prorrogação em 2 a 2, o país oriental fez história com uma vitória de 3 a 1 nos pênaltis.

 
A equipe da melhor jogadora do mundo em 2011 Homare Sawa conquistou a Copa do Mundo de futebol feminino após um desastre que colocou em risco sua participação na competição.
 
 
"As equipes japonesas normalmente treinam de noite, com luz artificial, mas houve vários cortes de energia no leste do país e muitas das atletas não puderam treinar", afirmou Sasaki, que, por outro lado, acredita que o fato aumentou a motivação das jogadoras, que querem fazer bonito nesta Copa do Mundo e vencer o torneio depois de superar "todo tipo de problema".
 
 
O técnico do time japonês, Norio Sasaki, explicou ao longo do torneio que foi difícil chegar a boas condições para disputar a Copa e que o terremoto e o tsunami causaram prejuízos óbvios na preparação da equipe. "Em um primeiro momento pensamos que não poderíamos vir jogar na Alemanha. Houve reuniões sobre esse assunto, para ver o que faríamos, porque ocorreram vários problemas", disse o treinador durante a primeira fase, na qual o Japão terminou em segundo lugar do grupo B, superado apenas pela Inglaterra.
 
Steffi Jones só conseguiu viajar para Tóquio na última viagem poucas semanas antes do evento, quando agradeceu ao futebol japonês pelos esforços para participar do Mundial. "Estamos muito satisfeitos em poder vir finalmente ao Japão e mostrar com gestos concretos nosso apoio incondicional a toda a família futebolística deste país apenas três meses depois da terrível catástrofe", afirmou durante a visita.
 
 
Nada poderia trazer de volta os 25 mil mortos e desaparecidos das ondas de maré envolvente que varreu seis milhas para o interior, e pouco poderia diminuir a crescente tensão causada pela precipitação potencial nuclear do país.
 
Mas depois de quatro meses que passou se recuperando da destruição, uma corrida mágica pela equipe do Japão na Copa do Mundo para as mulheres, lança luz sobre o país.
 
Sasaki revela que ele disse as jogadoras: "O nosso jogo pode dar poder aos sobreviventes destes desastres.”.
 
 
Uma das jogadoras japonesas disse que chorou antes do jogo, quando o técnico Norio Sasaki mostrou um filme das vítimas da tragédia. "Eu não poderia deixar de lembrar. Tudo o que podemos fazer é jogar o nosso melhor futebol para o povo que está assistindo TV." recorda uma atleta japonesa.
Homare Sawa atuando pela sua equipe no nacional.

Além da inédita conquista sobre a equipe dos Estados Unidos - tricampeão da competição e franca favorita ao título na final - o atual campeão mundial, entrou pela primeira vez no grupo dos três melhores do ranking da FIFA de futebol feminino, após a atualização trimestral realizada pela entidade. Para chegar à terceira posição, a seleção japonesa ultrapassou justamente o Brasil, que caiu agora para o quarto lugar na lista - é a pior colocação brasileira desde junho de 2008.


A equipe feminina de futebol é conhecida no Japão como "Nadeshiko" - uma referência a um cravo rosa, mas também uma frase nostálgica que significava, na Segunda Guerra Mundial, mulher leal e resistente.


Equipes sobreviventes no Japão


A Tokyo Electric Power Co. e J. League juntamente com a equipe do Vegalta Sendai, chegaram a um acordo básico que permite ao Sendai se transformar em clube de futebol para formar a sua equipe feminina, aceitando jogadoras de TEPCO Mareeze, a Liga anunciou Nadeshiko 13 de outubro.


O Fukushima TEPCO Mareeze é uma empresa nuclear, que suspendeu suas operações desde o terremoto de 11 março devido ao desastre do tsunami, decidiu entregar a equipe, que tinha sido uma das principais equipes da primeira divisão da Liga Nadeshiko, para outro clube, em setembro.


A nova equipe feminina será formada para disputar a segunda divisão do campeonato japonês e lutará para ser promovida a divisão especial.


O campeonato japonês conta com a presença de 15 equipes divididas em 2 divisões, a primeira com nove equipes e a segunda com 6 equipes. O campeão da primeira divisão é o INAC Leonessa que conta com a estrela maior do futebol mundial no momento - Homare Sawa.

 
Equipe da INAC Leonessa
 

O japão conquistou o mundo graças a uma equipe que, diante de tantas dificuldades e usando de sua intocável disciplina, superou uma tragédia e lançou um pouco de alegria em seu país. O Brasil pode ter seus talentos individuais, mas enquanto não aprendermos a sermos organizados em relação ao futebol feminino, o título mundial fica mais distante da nossa "Patria amada, Brasil".

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